Por Herley Leite de Paula e Silva
Introdução
Antes da leitura deste texto, recomendo que o leitor examine o artigo "A Consciência como Base do Ser", aqui mesmo neste blog.
As bases da física quântica são o princípio da incerteza, o salto quântico, as ondas matemáticas de possibilidade, o colapso quântico e a não-localidade.
O Princípio da Incerteza
De acordo com Hawking (2005, p. 94-98), o Princípio da Incerteza afirma que as partículas nunca cessam seu movimento, que elas são partículas e ondas ao mesmo tempo e que nunca podemos conhecer com certeza a posição e a velocidade de uma partícula simultaneamente.
As partículas existem num mundo de potencialidades onde cada uma delas está em todos os lugares ao mesmo tempo, assumem todas as velocidades, passam por duas fendas ao mesmo tempo e estão constantemente surgindo “do nada”.
As partículas existem num mundo de potencialidades onde cada uma delas está em todos os lugares ao mesmo tempo, assumem todas as velocidades, passam por duas fendas ao mesmo tempo e estão constantemente surgindo “do nada”.
A experiência da dupla fenda
Segundo Goswami (2007, p. 88-96), na experiência da dupla fenda, lança-se um único elétron em direção a uma barreira com duas fendas abertas, atrás da qual está uma tela fluorescente. O experimento mostra que o elétron passa pelas duas aberturas ao mesmo tempo, pois a tela fluorescente postada atrás da barreira revela interferência de onda, como se a partícula tivesse interferido consigo mesma. A interferência se mostra como uma série de faixas verticais na tela. Se, porém, colocarmos um detector de partículas na frente das fendas, no caminho do elétron, o padrão de interferência desaparece, indicando que a onda não se espalhou. Na tela fluorescente só vai aparecer uma faixa vertical. Neste caso, na realidade manifesta, o elétron passou por apenas uma das fendas.
Na experiência da dupla fenda é a nossa observação que determina a posição de uma partícula e a fenda por onde ela passou. Antes da observação, a partícula fica no estado de superposição quântica.
Na experiência da dupla fenda é a nossa observação que determina a posição de uma partícula e a fenda por onde ela passou. Antes da observação, a partícula fica no estado de superposição quântica.
Sobre isto Goswami diz:
Entre observações, o elétron espalha-se de acordo com a equação de Schrodinger, mas probabilisticamente, em potentia, disse Heisenberg, que adotou a palavra potentia usada por Aristóteles. Onde é que existe essa potentia? Uma vez que a onda de elétron entra imediatamente em colapso quando a observamos, a potentia não poderia existir no domínio material do espaço-tempo. Nessa dimensão todos os objetos têm de obedecer ao limite de velocidade einsteiniano, lembra-se? Em vista disse, o domínio da potentia deve situar-se fora do espaço-tempo. A potentia existe em um domínio transcendente da realidade. Entre observações, o elétron existe como uma forma de possibilidade, tal como um arquétipo platônico, no domínio transcendente da potentia. (Goswami, 2007, p. 81).
Entre observações, o elétron espalha-se de acordo com a equação de Schrodinger, mas probabilisticamente, em potentia, disse Heisenberg, que adotou a palavra potentia usada por Aristóteles. Onde é que existe essa potentia? Uma vez que a onda de elétron entra imediatamente em colapso quando a observamos, a potentia não poderia existir no domínio material do espaço-tempo. Nessa dimensão todos os objetos têm de obedecer ao limite de velocidade einsteiniano, lembra-se? Em vista disse, o domínio da potentia deve situar-se fora do espaço-tempo. A potentia existe em um domínio transcendente da realidade. Entre observações, o elétron existe como uma forma de possibilidade, tal como um arquétipo platônico, no domínio transcendente da potentia. (Goswami, 2007, p. 81).
O Princípio da Incerteza e a superposição quântica constituem bases importantes das teorias idealistas. Pois as infinitas possibilidades existem num estado de superposição.
A possibilidade de escolha
Por muito tempo o determinismo dominou a Ciência, mas temos uma alternativa a essa hipótese com o idealismo filosófico e com o conhecimento proporcionado pela física quântica.
Goswami confirma o livre-arbítrio na teoria quântica:
A possibilidade de escolha
Por muito tempo o determinismo dominou a Ciência, mas temos uma alternativa a essa hipótese com o idealismo filosófico e com o conhecimento proporcionado pela física quântica.
Goswami confirma o livre-arbítrio na teoria quântica:
No processo, escolhemos uma faceta de duas, ou das muitas, que a equação de Schrodinger admite. Trata-se de uma opção limitada, para sermos exatos, sujeita à restrição da probabilidade geral da matemática quântica, mas opção, ainda assim. (Goswami, 2007, p. 106).
No caso do experimento da dupla fenda, a nossa escolha em medir o aspecto de onda e organizar o aparato experimental nesse sentido, dá ao elétron a manifestação do aspecto de onda e se nossa opção for observar o aspecto de partícula e colocarmos detectores, o elétron manifestará o comportamento de partícula.
Assim, a mensuração quântica se dá pela escolha de nossa consciência e pela nossa intenção de conhecer o resultado.
O Princípio da Incerteza mostra que o mundo é feito de potencialidades ou superposições quânticas. É a consciência dos seres vivos que realiza, através da observação, o colapso das superposições e nos dá a realidade como a vemos.
Assim, a consciência (ao mesmo tempo universal e individual), através da manifestação nos seres vivos, realiza a escolha das condições iniciais do universo entre várias possibilidades e o determinismo fica bastante reduzido. Porém, certamente não é uma liberdade absoluta e sim um conjunto de ações coerente com as possibilidades oferecidas e com as probabilidades determinadas por escolhas anteriores.
Assim, a mensuração quântica se dá pela escolha de nossa consciência e pela nossa intenção de conhecer o resultado.
O Princípio da Incerteza mostra que o mundo é feito de potencialidades ou superposições quânticas. É a consciência dos seres vivos que realiza, através da observação, o colapso das superposições e nos dá a realidade como a vemos.
Assim, a consciência (ao mesmo tempo universal e individual), através da manifestação nos seres vivos, realiza a escolha das condições iniciais do universo entre várias possibilidades e o determinismo fica bastante reduzido. Porém, certamente não é uma liberdade absoluta e sim um conjunto de ações coerente com as possibilidades oferecidas e com as probabilidades determinadas por escolhas anteriores.
A não-localidade quântica
Outro princípio importante é o da não-localidade quântica. A não-localidade é uma conexão entre duas partículas subatômicas ou dois átomos.
Segundo Goswami (2007, p. 39, 40, 83), quando duas partículas estão emaranhadas, uma realiza o movimento inverso ao da parceira a qualquer distância que uma esteja da outra, mesmo se uma delas estiver do outro lado do universo. Por isto esta ligação é chamada de conexão não-local.
De acordo com Greene (2005, p. 102-104, 235), a conexão entre as partículas ou corpos também extrapola o tempo, indo do futuro para o passado.
Outro princípio importante é o da não-localidade quântica. A não-localidade é uma conexão entre duas partículas subatômicas ou dois átomos.
Segundo Goswami (2007, p. 39, 40, 83), quando duas partículas estão emaranhadas, uma realiza o movimento inverso ao da parceira a qualquer distância que uma esteja da outra, mesmo se uma delas estiver do outro lado do universo. Por isto esta ligação é chamada de conexão não-local.
De acordo com Greene (2005, p. 102-104, 235), a conexão entre as partículas ou corpos também extrapola o tempo, indo do futuro para o passado.
Segundo Robsville (2013), um exemplo muito claro da ação da mente sobre as ondas quânticas é a ação fantasma à distância. A experiência revela que a consciência age sobre o objeto instantaneamente, atingindo até dez quilômetros, a uma velocidade acima da luz. E a distância não afeta o resultado.
Na interpretação de Copenhage, a ação fantasma afeta uma partícula de modo instantâneo, não importa sua distância.
A ação fantasma se explica pelo entrelaçamento quântico. Podemos criar pares de partículas, onde suas propriedades se cancelam mutuamente. Esses pares estão entrelaçados. Porém, o entrelaçamento é conceitual e não físico.
Imagine uma experiência de um par entrelaçado de partículas magnéticas. Suas propriedades serão opostas e elas se movem em direções diferentes. Colocamos, então, um ímã Stern-Gerlach no caminho de uma delas. Se ela se desviar para cima, a partícula parceira se desviará para baixo. Observando uma partícula definimos as propriedades da outra.
Não é correto dizer que o estado das partículas já estava definido e que apenas não tínhamos conhecimento disso.
De acordo com a física quântica poderíamos ter alinhado o ímã Stern-Gerlach em um eixo esquerda-direita em vez de acima-abaixo. E assim, a partícula próxima se desviaria para a esquerda e a partícula distante se desviaria para a direita. Nós é que fixamos o alinhamento da partícula.
Por algum tempo, foi difícil provar a ação fantasma. Porém, John Bell e Alain Aspect mostraram que o efeito ocorria à distância de alguns metros.
É a decisão sobre quais propriedades de uma partícula serão observadas que determinam quais atributos serão vistos na outra partícula.
A ação fantasma tem ocorrido em grandes distâncias. Nicolas Gisin, de Genebra, conseguiu entrelaçar dois fótons à distância de dez quilômetros. E a observação de um determinava o estado do outro.
Goswami traz esclarecimentos adicionais:
Na interpretação de Copenhage, a ação fantasma afeta uma partícula de modo instantâneo, não importa sua distância.
A ação fantasma se explica pelo entrelaçamento quântico. Podemos criar pares de partículas, onde suas propriedades se cancelam mutuamente. Esses pares estão entrelaçados. Porém, o entrelaçamento é conceitual e não físico.
Imagine uma experiência de um par entrelaçado de partículas magnéticas. Suas propriedades serão opostas e elas se movem em direções diferentes. Colocamos, então, um ímã Stern-Gerlach no caminho de uma delas. Se ela se desviar para cima, a partícula parceira se desviará para baixo. Observando uma partícula definimos as propriedades da outra.
Não é correto dizer que o estado das partículas já estava definido e que apenas não tínhamos conhecimento disso.
De acordo com a física quântica poderíamos ter alinhado o ímã Stern-Gerlach em um eixo esquerda-direita em vez de acima-abaixo. E assim, a partícula próxima se desviaria para a esquerda e a partícula distante se desviaria para a direita. Nós é que fixamos o alinhamento da partícula.
Por algum tempo, foi difícil provar a ação fantasma. Porém, John Bell e Alain Aspect mostraram que o efeito ocorria à distância de alguns metros.
É a decisão sobre quais propriedades de uma partícula serão observadas que determinam quais atributos serão vistos na outra partícula.
A ação fantasma tem ocorrido em grandes distâncias. Nicolas Gisin, de Genebra, conseguiu entrelaçar dois fótons à distância de dez quilômetros. E a observação de um determinava o estado do outro.
Goswami traz esclarecimentos adicionais:
Como os dois fótons podem estar conectados, a não ser por sinais que viajam pelo espaço, valendo-se do tempo? Eles estão conectados por meio de um domínio não-local da consciência que transcende espaço e tempo. Segue ainda que a consciência, agindo não localmente, provoca o colapso simultâneo de dois objetos quânticos correlacionados.
Traduzindo isso em termos de pessoas, se dois indivíduos estiverem correlacionados e, depois, se deslocarem para extremos opostos da Terra, se um deles vir um lampejo de luz, o outro também poderá ver o lampejo, mesmo que não tenha um estímulo real (fig. 2.9). Parece ridículo? Na verdade, essa influência e comunicação mútua não-local entre seres humanos é conhecida há milênios no domínio do pensamento. É chamada de telepatia. (Goswami, 2005, p. 49).
Traduzindo isso em termos de pessoas, se dois indivíduos estiverem correlacionados e, depois, se deslocarem para extremos opostos da Terra, se um deles vir um lampejo de luz, o outro também poderá ver o lampejo, mesmo que não tenha um estímulo real (fig. 2.9). Parece ridículo? Na verdade, essa influência e comunicação mútua não-local entre seres humanos é conhecida há milênios no domínio do pensamento. É chamada de telepatia. (Goswami, 2005, p. 49).
A conexão quântica não-local ou correlação quântica explica fenômenos como a telepatia, que é a comunicação entre as almas sem o uso dos sentidos físicos, e também explica a conexão da alma com o corpo físico.
Referências
Goswami, Amit. A Física da Alma; tradução Marcello Borges – São Paulo: Aleph, 2005.
Goswami, Amit. O Universo Autoconsciente: como a consciência cria o mundo material. Tradução Ruy Jungmann. – São Paulo: Aleph, 2007.
Greene, Brian. O Tecido do Cosmo; São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Hawking, Stephen; Mlodinow, Leonard. Uma Nova História do Tempo; Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
Robsville, Sean. Buddhism and Quantum Physics. Site: Kwelos Tripod (Acesso em 2013).
Goswami, Amit. A Física da Alma; tradução Marcello Borges – São Paulo: Aleph, 2005.
Goswami, Amit. O Universo Autoconsciente: como a consciência cria o mundo material. Tradução Ruy Jungmann. – São Paulo: Aleph, 2007.
Greene, Brian. O Tecido do Cosmo; São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Hawking, Stephen; Mlodinow, Leonard. Uma Nova História do Tempo; Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
Robsville, Sean. Buddhism and Quantum Physics. Site: Kwelos Tripod (Acesso em 2013).
http://kwelos.tripod.com/quantumphenomena.htm